sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Calliope - Steamed 1968

Essa postagem trago-lhos (mmm) do PHROCK. Grande blog.

Olha aí uma pequena pérola negra.
Daquelas bandas consideradas raras. Nesse álbum a maior parte das músicas são covers. Mas que coverzinhos danados de bãum, sô!
Aproveitando o texto do TUGA (mim tuga, cê tuga... todo mundo tuga?), e vertendeo-o para a língua mátria lusífona por obra e graça de meu inseparável tradutor, apresento essa banda que dá gosto ouvir.



Calliope é de Seattle, e sua força motriz era cantor/compositor Danny O'Keefe, que mais tarde teve um ou dois hits Top 20 (incluindo Magdalena).

Eles fizeram algum sucesso localmente, mas como um monte de bandas de Seattle, eles pareciam muito melhor ao vivo que na gravação. Parece que as bandas de Seattle, durante esse período não recebiam um apoio muito legal de suas gravadoras... Obviamente, as coisas mudaram desde então!

Steamed inclui versões cover de Hello Hello (Lee Michaels), California Dreamin' (com um solo psicodélico de guitarra muito bom), Hound Dog, Jimmy Bell (um número tradicional), Like A Rolling Stone (Dylan), Nadine (Chuck Berry) e quatro originais - dois por Goldsmith e dois por O'Keefe.

John Simpson, que morreu tragicamente em um acidente de avião em 1973, já havia tocado com Scott em The Strong Bumps e também pode ser o cara que tocava bateria em Christopher.

Quem faz o quê: Paul Goldsmith, guitarra (e muito boa), Danny O´Keefe, vocal e baixo (e que vocal), John Simpson, bateria, e Clyde Heaton, teclados.

Os caras pegam bem. A batera já começa metralhando em Hello Hello, com um fuzz de guitarra bem colocado, nada de exagero, com riff marcante em descendente; alguma psicodelia na introdução de California Dreamin', com declamação e tudo. Mesmo sem os excelentes vocais das "Mamães e Papais", ficou bem encorpada e o Tuga (já tugamos?) tá certo: o solo de guitarra é simples, mas duca (lembre-se que no ano anterior a este álbum os Beatles lançaram Sargeant Peppers..., o Hendrix detonou o Festival de Monterrey, e Morrison ainda ululava para delírio de Ed Sullivan.

A música Rainmaker's dreaming, aliás, me lembra muito o vocal do Morrison (estilão Doors?), com efeito sonoro de chuva, trovões e tudo ao final. A versão de Hound Dog, num hard-blues (?) mais lento ficou muito bom! Vocal, guitarra, gaita, chamada pra briga e tudo! Acho que o Hendrix teria cantado assim. Tem um solo de teclado muito legal.

Like a Rolling Stone
começa com "orguinho de igreja", flauta transversal e tal, nada de tão extraordinário, mas os metais no refrão deu um brilho a mais. Mais "orguinho de igreja" e manifesto empolgado na musica Jimmy Bell. Depois que o "padre" termina a benção (hehe), grita a guitarra numa pegada bem Hendrix à la Foxy Lady (sei lá, me corrijam...). E a gaita à la Yardbirds. Hmmm. Ouçam, se gostam dessas coisas.

I wanna thank You
, tem boas linhas de baixo e wah-wah à vontade... Muito, muito boa. Nadine é uma delícia (aquele riffizinho de guitarra não é "a galinha" do Harrison em Sgt. Peppers? Numa mistura de Beach Boys em Pet Sounds com Herman Hermits e uma levadinha bem pop (bem popzinha, mesmo, mas nada que desmereça) a canção How about You encanta os ouvidos menos preparados para um heavy rythm'n'blues.

Contrastando absolutamente, segue a canção Atlas com uma introdução cheia de experimentação sonora avant-gard, um hino que sei-lá-de-quem-é... Tenho que reconhecer que a abertura de Ben-Hur em um álbum muito conhecido de uma banda brasileira muito conhecida, veio depois. Os metais são ótimos e os últimos 30 segundos tem uma avalanche sonora, na verdade um orgasmo sonoro, como você poderá constatar.

Enfim, um álbum digníssimo de ouvir. Uma pérola de grande valor, perdida por aí, e resgatada pela WEB, que teima em ser democrática (ainda...).

Calliope - 1968 – Steamed



01 - Hello Hello
02 - California Dreaming
03 - Rainmaker's Dreaming
04 - Hound Dog
05 - Like A Rolling Stone
06 - Jimmy Bell
07 - I Wanna Thank You
08 - Nadine
09 - How About You
10 - Atlas

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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Dr. Strangely Strange - 1969 - Kip Of The Serenes

Gosto da sonoridade dessa banda. Não espere 'graaandes performances'. Não. É um som tranquilo, despojado, coisa de hippie mesmo. Da melhor safra. A introdução da musica Roy Rogers faz-me lembrar muito de Eu nunca estava lá gravada por Zelia Duncan. Refresque-se ao som dos carinhas... Mas, antes, senta que lá vem estória!


Dr. Strangely Strange foi uma banda de folk experimental irlandesa formada em Dublin no ano de 1967 por Tim Booth (vocais e guitarra) e Ivan Pawle (baixo e teclados).

Logo a eles se uniu o multi-instrumentista Tim Goulding (vocais e teclados), um aspirante a pintor, e começaram a ensaiar em uma casa de propriedade da namorada de Goulding, a backing vocal Orphan Annie, que seus inquilinos apelidaram de "O Orfanato". Depois de assinar com Joe Boyd, produtor da Incredible String Band , eles estrearam em 1969 com o álbum Kip of the Serenes. O álbum foi produzido por Boyd. Quando da turnê com a banda Fotheringay, eles chamaram o baterista Neil Hopwood, e no final do ano apareceram no álbum Changin Horses da Incredible String Band.

Depois do álbum Heavy Petting, gravado em 1970, a banda começou a debandar: Goulding saiu para entrar em um mosteiro budista, enquanto Pawle e Booth juntaram-se a Gays e Terry Woods para uma breve turnê. O grupo separou-se em Maio de 1971, depois de tocar em um concerto com Al Stewart no Drury Lane Theatre em Londres. Eles se reuniram em 1973 para uma turnê irlandesa e novamente reunindo-se por pouco tempo no início de 1980. Por um certo tempo Booth estabeleceu um segundo "Orfanato" que se tornou um trampolim para uma nova geração de rock irlandês, ajudando a lançar a carreira de Phil Lynott (do Thin Lizzy), Gary Moore e outros.

A banda voltou com a formação original para gravar um terceiro álbum em 1996 (Alternative Medicine: The Difficult Third Album, lançado em 1997).

A Hux Records lançou, em 2007, o álbum Halcyon Days, com gravações do período de 1969/1970, considerado por alguns críticos como "uma maravilhosa peça arqueológica" do período hippie (caracoles, os dinossauros ainda caminham sobre a Terra!!).

Em 10 de Janeiro de 2008, a banda anunciou que se preparava para um show especial no Sugar Club na Leeson Street, Dublin, Irlanda, em 1 de Março de 2008. Em fevereiro de 2009, a Hux Records reeditou o álbum Kip of the Serenes como uma edição para colecionadores, com quatro faixas bônus.

Em 19 de julho de 2009 a banda participou do Weekender Witchseason (artistas produzidos pela empresa de Joe Boyd Witchseason) no Barbican, em Londres. Eles realizaram um concerto gratuito e, em seguida, participaram no domingo seguinte, à tarde, do concerto intitulado The Music Of The Incredible String Band.

Dr. Strangely Strange - 1969 - Kip Of The Serenes



01 - Strangely Strange but Oddly Normal
02 - Dr Dim and Dr Strange
03 - Roy Rogers
04 - Dark Haired Lady
05 - On the West Cork Hack
06 - A Tale of Two Orphanages
07 - Frosty Mornings
08 - Strings in the Earth and Air
09 - Ship of Fools
10 - Donnybrook Fair

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